tigres

tigres

sábado, 4 de setembro de 2010

Não defendemos nenhuma idéia.Usamos idéias para nos defender.Usamos idéias para combaater a angústia,a solidão,o medo do não reconhecimento,a impotência.

O pronome "nós" aqui não se refere a qualquer grupo de indivíduos.Fala da multiplicidade de forças em busca de afirmação que atravessa meu corpo agora,e possívelmente outros corpos .Daimons múltiplos faiscando por aí,pequenos Sacis,,Hermes menino roubando os bois de Apolo.Exus irrequietos habitando encruzilhadas.NÓS.

O pronome "nós" aqui não é um convite como"você não pensa assim também?"Esses convites para grupalidades falsas,pálidas,são formas covardees de exercer pode sobre o outro."Aquele é da minha turma,ele é como eu,ele vai fazer o que eu falar."Não.Lutemos pelo poder com elegância.



Não acreditamos em uma existência sem o exercício de poder sobre o outro.O nenê incide forças sobre o mamilo e todo o resto do corpo da mãe.O joão de barro fecha a fêmea em casa durante o crescimento do filhote.

No entanto existem formas reativas,covardes(pricipalmente porque não estão à vontade consigo mesmas),que não se declaram em combate desde o início,não buscam o combate aberto,mas o ataque a alguém que está fraco e não pode revidar.Assim a violência:a violência é o exercício de um poder sobre o outro quando o outro não tem como reagir;a violência é o gozo com essa forma canhestra,indigna de exercício de poder.

Assim,molestar uma criança é um exercício de podertipo VIOLÊNCIA.Tratar alguém com negligência  no momento onde podemos fazer diferente é violência.A sedução barata de propostas grupalizantes perversas é violência.(junte-se a nós,você também pode,você é como nós)

Há os que são como hienas:esperam omais fraco e doente do grupo ficar para trás,e então atacam.Nada a ver com astúcia ou coragem;tudo a ver com covardia,a forma escrava de estar na vida.Há os que nascem para hienas.


O político que faz promessas que sabe que não vai cumprir;o apresentador de TV que seduz com um mundo que não existe(e ele sabe que não);pais que gozam com o medo que produzem nos filhos-há os que nascem para hienas.

Os que se escondem atrás de propostas humanitárias,democráticas,dizendo"eu sei o que é bom para você,povo,paciente,criança,louco"e gozam com o poder espúrio de alguém que bolina o outro no ônibus lotado:há os que nascem para hienas.


As hienas parecem estar sempre rindo;na verdade arreganham os lábios,mostrando os dentes,porque não se cntém de excitação .(como os que salivam enquanto falam,e tem que estar sempre engolindo a baba que escorre junto com seu discurso sedutor)

Somos habitados por uma multidão de figuras,idéias,desejos,afetos.Não só em termos do que guardamos na memória"mental",mas do que levamos impresso no nosso jeito de mexer o corpo,nas expressões faciais,estilos do vestir,entonações da voz.Podemos pensar o corpo como um multicomplexo dispositivo de captação,armazenamento,processamento,geração de forças;forças que são conhecidas pelo corpo como sensações,lembranças,sintomas,inflexões da vontade de poder.


Da mesma forma que só conhecemos a eletricidade pelo seu efeito(o giro da hélice do liquidificador),também cada uma das forças que incidem sobre o corpo é conhecida pelo seu efeito.Ou seja:o que o corpo conhece é o efeito.O corpo constrói a figura de um agente no espaço exterior como forma forma de lidar com o efeito(fazê-lo parar,fazê-lo continuar)


O corpo fala ao efeito:"mais"ou "pare".Lembrar que o corpo não diz só com a voz;o o corpo é o texto na teatralidade(mais ou menos óbvia,mais ou menos brega)histérica.

Lebrar que o corpo não é acometido só por forças motoras(que o empurram,compriem,esquentam,distendem).É acometido por ondas luminosas,pulsos eletromagnéticos,substâncias que o invadem pelos pulmões.O corpo é interface de infinitas dimensões ondem defletm infinitas forças.


Bebemos um café entre um atendimento e outro.Todo o corpo se organiza para buscar nesse quente líquido preto o açúcar,o calor,o sabor,a memória de situações de acolhimento,a experiência primeva de proteção e calor junto ao fogo;bebemos a possibilidade da construção de um abrigo,absorvemos o alimento quente como na primeira mamada,desaparecemos no escuro anônimo da morte ao final do café.


Lembrar que a memória não é uma marca permanente e imutável,produzida no passado,acessível hoje.A memória acontece no corpo,e portanto ela é construída de novo a cada unidade de tempo que o corpo vive;a cada batimento cardíaco,a cada inspiração(ou seja,a memória também é "inspirada",criativa).Sem sangue no sistema nervoso não há memória,sem açúcar no sangue não há memória,sem estimulação neurossensorial contínua do repertório experimentado não há memória.A memória não é uma entidade transcendente,guardada na alma de Santo Agostinho ou no hipocampo do neurologista.A memória é viva,precisa ser alimentada,é uma experiência corporal.


Tudo que fica impresso no corpo  e passa a ser determinante na experi~encia do agora é memória.A memória genética,a memória na corporalidade,a memória nos gestos da moda que repetimos,as expressões faciais ddos atores americanoos que utilizamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário