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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O caminhante e sua sombra: Convite a interlocução

O caminhante e sua sombra: Convite a interlocução: "Espero que esse lugar virtual sirva como um respiro para os que como eu tem insistido na batalha do dia a dia pela dignidade no ll

atendimento..."
Há algum tempo atrás,entre um instante e outro,entre uma ilha de sentido e outra,procurando por um presente para alguém querido,fui capturado por uma circunstância estranha,silenciosa e significativa como a primeira gota de uma tempestade.
Dentro da pequena floricultura,escura,forrada de tristes flores que pareciam há muito estar sentindo que ninguém passava para olha-las-escuridão meia luz silenciosa,macia,mas com cheiro desses lugares onde não há tempo-atrás do balcão do fundo uma velha senhora parecia mais u entre os vasos de flores esquecidos.
O que produzia em mim aquela impressão de ruína de templo,de palavra última presa nos lábios ,esquecida no silêncio da despedida?
Dois pombos no chão.Mansos,sossegados,andando em dupla pela loja como um casal de velhos,uma caminhada sem destino que tornava opressiva aquela atmosfera de tempo parado.Mais pombos-agora vejo,são muitos;todos sem olhos.No lugar dos olhos o vazio,ou tristes pálpebras cobrindos órbitas vazias,cortinas fechadas sobre uma janela que não se abre.
Todos os pombos cgos.Como?De onde vieram?A velha no fundo escuro da loja,recitando uma frase tão vazia que só intesificava o silêncio solene de tudo aquilo."Eles foram aparecendo..."
A tempestade se transformou em várrias outras,como uma sucessão de pingos que tivessem todo o espaço para si próprios,um a um;pinga em meu rosto agora uma dessas gotas.Lágrima?
Colhido novamente por um desses hiatos entre um instante e outro,me recordo da solidão silenciosa dos pombos que haviam perdido a largueza dos vôos,não vendo mais as flores que assim perdiam a generosidade dos olhares.
Lágrima.Estrela única no céu sobre o mar.Olho cego deixado para trás pelas flores que agora dançavam sobre as ondas.Na praia,espelho espraiado sobre areia secular;ondas guarrdam entre seus murmúrios a confusão das vozes que já foram e o lugar ds que virão.
Amanhece.O sol é um enorme olho que não é cego-aquece com seu olhar terno todas as lembranças até então escondidas na noite;desperta os pássaros,desperta novamente as vozes em turbilhão-imenso olho flamejante que vê e com sua visão fecunda mais uma vez todas as histórias que ainda serão contadas,a promessa da fruta doce nos ventres escuros das sementes,propiciando a eclosão de todo oainda não visto ou vivido em surpresas radiantes-multicores.
Em algum lugar da memória a pequena loja também se ilumina;novas flores ensinam a outros pombos o vôo guiado pelo calor esperançoso ,acolhedor do olho que tudo naora na nova manhã.

domingo, 29 de agosto de 2010

Convite a interlocução

Espero que esse lugar virtual sirva como um respiro para os que como eu tem insistido na batalha do dia a dia  pela dignidade no atendimento em Saúde Mental.Lembrando que a dignidade não está só nas formas do cuidado,mas na sobrevivência do cuidador como sujeito criativo e desejante.Nesses tempos de velocidade,ferocidade e eficácía,nunca é demais lembrar que a clínica da saúde mental só está viva enquanto surge como produção a dois,e o único instrumento de trabalho do clínico é seu próprio aparato psíquico,ou seja,a escuta de seu próprio corpo,suas lembranças,seus afetos.A percepção do si mesmo através das inflexões da vontade de poder.Haja Dioniso pra dar voz a isso no SUS!